Bom, tudo começou em Devarim.
Todo lar judaico procura manter uma caixinha de tsedaka.
Mas você sabe a história por trás deste costume?
“Se houver um carente entre seus irmãos, numa de suas cidades, na terra que D’us deu a vocês, não endureçam seus corações nem fechem a mão a seu irmão carente. Vocês definitivamente devem abrir suas mãos e lhe emprestar o suficiente para o que lhe faltar (Devarim 15:7,8)”. Assim sendo, fazer justiça e suprir a necessidade dos mais pobres é uma das 613 mitsvot. (1)
Certo, mas e a caixinha?
Na época do primeiro templo, o rei Yehoash cobrou do sumo sacerdote, Yehoyada, reparos necessários no templo. Yehoyada então, pega uma caixa e fazendo uma abertura no topo dela cria a primeira caixa de tsedaka e destina o dinheiro coletado para as obras necessárias. (2)
Mas como elas foram parar nos lares judaicos?
Ah, esta é a história de Rabbi Meir.
Rabi Meir Báal Hanês ZTZK”L A’H foi um dos maiores Tanaím (sábios da época da Mishná), aluno de Rabi Akiva ZTZK”L A”H. Nossos Sábios determinaram que tudo o que está escrito na Mishná sem estar associado a algum nome, foi falado por ele. Muitas das bênçãos que recitamos todas as manhãs são de sua autoria.
Após uma série de eventos em que conseguiu escapar de perseguições passou a ser chamado de mestres dos milagres. Os emissários da Terra de Israel coletavam tsedaká para fortalecer a Torá e os habitantes de lá, em nome deste sábio.
Assim em todo lar judaico no mundo havia uma caixinha de tsedaká pela elevação da alma de Rabi Meir Báal Hanês. Esta sempre foi considerada uma segulá (remédio espiritual, revela nossa fé e confiança em D”us e contribui para a cura do corpo ou a alma) infalível para salvaguardar de todo tipo de sofrimentos, para pronta recuperação, afastamento de acidentes e achado de coisas perdidas.
Na hora de dar as moedas era costume pronunciar três vezes: “Eláka Demeir, anêni!” O primeiro a mencionar este costume foi Rabi Eliyáhu Hacohen ZTZK”L de Izmir, em seu livro “Midrash Talpiyot”: “Assim recebi: aquele que perde alguma coisa, se prometer doar óleo para iluminação pela elevação da alma de Rabi Meir, encontra o que perdeu imediatamente.”
Com o passar das gerações, esta caixinha de tsedaká transformou-se em símbolo do lar judaico. Os justos de todas as gerações estimulavam seus ouvintes a doar tsedaká para esta caixa.
Os fundos coletados nestas caixas de tsedaká são usados para ajudar viúvas e órfãos, noivas, pais que precisam casar seus filhos, doentes, idosos e famílias necessitadas. (3)
Fontes:
(1) Torah
(2) http://rabbischeinberg.blogspot.com.br/2014/02/who-invented-tzedakah-box.html
(3)http://portaljudaico.com.br/rabi-meir-baal-hanes-o-mestre-dos-milagres
Shalom! Tov Meod!
Mazal Tov!
Sinagoga Beit Isaac Abravanel – Sefaradim de Belo Jardim